Ela começou a ler o livro pelo final
Pra tentar entender os erros tolos que te fazem um homem
Páginas e páginas abraçando folhas amareladas
Rasgadas e feridas por outras pessoas.
Então ela viu que toda história é igual
Desenhada com figuras tristes
Personagens em construção
Diálogos que não dizem nada.
Às vezes, ela sorria
Sempre nas páginas que diziam sobre
Seu cabelo dançando no vento
Ou então quando podia sentir sua voz
Através das letras que nunca serão acabadas.
Às vezes, ela chorava
Se sentia mal por derramar lágrimas
E borrar as letras feitas com tinta
Mas não podia suportar os nuncas
Era uma vida sem conjunções.
Ela escolheria por não ser amada
Não por ingenuidade, nem por nada
Mas quando se começa pelo final
É por medo de não saber começar.
Então, foi num fim de maio
Dei a ela as primeiras palavras
Bom dia.
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